terça-feira, 26 de julho de 2016

Heroína



Aplico-me um "pico" de heroína
Caiu para traz gemendo de prazer
Esta substância que me contamina
Algum dia fará eu morrer.

N'um beco escuro e fedido
Dissolvo uma dose na colher
Por Jesus Cristo fui ungido
Sinto um prazer de um coito com uma mulher.

As ideias suicidas rondam minha mente
Meu vício compulsivo está estragando minha vida
Satã sorri com seu tridente
Fazendo juz há uma vida depressiva

Meu companheiro não me deixa morrer de overdose
Segura minha lígua para eu não me sufocar
Passado algum tempo, preciso de mais uma dose
Meu Deus! Quando tudo isto vai acabar?

Vou aplicar o "pico de ouro"
Não aguento mais isto
Ninguém atendeu ao meu pedido de socorro
Despeço-me da vida com um suicídio.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Minha cruz

Estou n'um barco a deriva
Há algo de muito errado em minha vida
Só preciso de um caminho de luz.

Sou um ex-suicida
Existência sofrida
Peço ajuda a Jesus.

Eu quero sair da lama
Vestindo meu pijama
A minha jornada me conduz.

Esgotaram-se as chances,
Porém terei minha revanche
É pesada a minha cruz.

Enquanto há vida, há esperança
Chegar-se-a o dia da grande bonança
Visto um véu sobre o meu capuz.

Tara



Arya Tara sorri complassente
Fazes lembrar que sou um ser sensiente
Sua luz mistura-se com as cores do arco-íris
Escuta a minha dor.

Leva-me para um lugar seguro
Um lugar silencioso, sem barulho
Deposito minha fé em ti
Dissolva na vacuidade todo temor.

Sua luz é tamanha que seus raios iluminam o infinito
Sou apenas um poeta maldito
A depressão fazes presente
Abraça-me com todo o seu amor.

Eu vou conseguir trilhar um caminho de luz
Me sinto igual a Cristo na cruz
"Pai, por que me abandonaste"?
Dou um grito desesperado de clamor.

Tara, por favor, esteja comigo
Livra-me de todo perigo
Ajude-me a encontrar um caminho espiritual
Seja minha fonte de paz e calor.

Velhos fantasmas


Os velhos fanstasmas do passado ecoam na minha mente
Provei do veneno dos anciões, o bote da serpente
Quero a tão amejada paz espititual.

As vezes penso que não sou um ser-humano
Nada sai de acordo com meus planos
Tudo isso para saciar um desejo carnal.


Os poetas malditos fumadores de ópio
Tento levar um sentimento simplório
Quanta dor há n'um coração mortal.

O demônio sempre ataca com suas artimanhas
Sintam neste momento todo o meu drama
Eu estou passando muito mal.

Aos deuses eu peço ajuda
Quero encontrar a minha cura
Consigo fazer um movimento vital.

É Satã com toda sua glória
Que com sua tentação me provoca
Continuarei lutando até o final.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Conversando com um mendigo



Conversando com um mendigo em farrapos
Conto para ele todo o meu caso
Encontro-me n'uma miséria emocional
Não somos afinal tão diferentes.

Estou apaixonado por uma donzela já comprometida
Isto está causando uma confusão em minha vida
Fico o dia inteiro à escrever poemas de amor
Imaginando toda sua face reluzente.

Ele gentilmente pede-me um cigarro
Ascende e com vontade dá um trago
"Beba um gole de minha cachaça"
Bebo e por um instante fico contente.

Depois de mais alguns goles, começo a ter um ataque de choro
"Ela não me quer! Ela está com outro! Por favor socorro!
Ele segura firme a minha mão e diz com seus dentes amarelados
" Hoje ela está com ele, amanhã pode estar com você". "Tudo é impermante"

Coloco uma música em meu celular
Levantamo-nos e começamos a dançar
Para que chorar por amor?
Vamos celebrar com água-ardente!

Acabamos por adormecer abraçados no chão
Por um dia anestesiei meu coração
Sim, eu fiz o correto
Alegrei um coração doente.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Melâncólico menino morto

Melancólico menino morto
Os dizeres de seu desgosto
Jazem no silêncio d'um túmulo.

A depressão assolou sua vida
Seu sonho é se tornar um suicida
Virar um lindo defunto.

Os cortes nos braços que aliviam
Por um momento lhe saciam
N'um ferimento profundo.

O coração amordaçado pela dor
Ao seu Deus evoca um clamor
Para mudar o seu mundo.

Queima-se com um cigarro
Seu destino será trágico
Já não toma banho o imundo.

Chora igual à uma criança
Já foi-se a esperança
De viver um sonho puro.

Temo que sua sentença
De seguir essa falsa crença
Seja n'um lago de fogo escuro.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Da infância à adolescência



Observando as crianças brincando na praça
Lembro-me da minha época de menino
As brincadeiras da infância eram de graça
Os pés descalços jogando bola com um sorriso.

O peão rodado com a linha de um barbante
A pipa empinada no céu cortantando outras
O cuncurso de piroca terminava n'um vexame
As horas em que eu ficava na rua deixavam minha mãe louca.

O sorriso inoscênte
O bolo de chocolate
O filme indescente
O programa do Chaves.

O cigarro escondido
A brincadeira de lutinha
Pego vinho sem ser percebido
O passar do cerol na linha.

Depois veio a adolescência
Tudo começa aos treze
Fumava maconha com frequência
O sentimento de dominar o mundo não me conteve.

O desbravar da mata com os amigos e meu cachorro
O estilingue na cintura para matar passarinhos
Beijar várias pessoas do sexo oposto
Aliviava-me com esses momentos de carinho.

No decorrer da vida veio a depressão
Entorpecia-me com álcool e cocaína
Divertia-me no banheiro com a minha mão
Tinha vontade de envadir a escola e cometer uma chacina.

Ó meu Deus! Estou pensando em me matar
Eram os insights que eu tinha com maconha
Quando tudo isto irá acabar?
O valium em excesso aliviava o meu drama.

Tive muitas crises existênciais
Por que eu sou eu? O que estou fazendo aqui?
Não tinha mais experiências espirituais
Será que sou um fantasma? Será que morri?

Tudo valeu de experiêcia
Nada é por acaso
Consegui curar minha demência
Não me encontro mais neste estado.