sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

um lugar



Um lugar sem ansiedade.
Onde o sol brilha sobre os corações dos pecadores,
Fazendo-os voltar para casa tranquilos de seus trabalhos.

Um lugar sem vaidade.
Onde a simplicidade é base das relações familiares
O egocentrismo foi jogado no lixo perto do ego.

Um lugar sem depressão.
Onde os seres humanos riem de seus próprios defeitos
Sem abismo, sem miséria, só paz de espírito.

Um lugar sem raiva.
A compaixão flui inesgotávelmente da multidão
Nesse clima empático vivem tranquilos suas vidas.

Um lugar que sei que existe em algum lugar longinquo,
Perto da morada dos deuses
Onde nenhum ser vive aflito.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O crack



Ascendi a pedra no cachimbo
Por apenas um instante sinto
Um prazer inexplicavel.

Sou um homem ímpio,
Paranóico e depressivo
Buscando uma sensação agradável.

Entreguei-me ao vício,
Mas nos dentes amarelados um sorriso
De minha sede de viver inesgotável.

Um sobrevivente perdido,
Sinto como se estivesse perdido um ente querido
Dessa vida insaciável.

Consumo o ópio moderno,
Mas o que desejo é apenas a benção do evangelho
Renascer na luz da paz de Cristo.

Ás vezes pareço um incrédulo.
Um grande candidato ao cemitério
Um andarilho perigoso... será que eu existo?

O prazer imediato mostra-se gélido,
Pois o que estou fazendo é auto-flagelo
 Por uma flagulha de esperança eu ainda persisto!

A esperança desse verso
É que meu sonho torne-se concreto
Com júbilo falar que do maldito crack eu finalmente desisto.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Acaso do amor

                                                                                             
Amada minha, amada minha
Esse olhar sensual me faz pirar!
Você é meio maluquinha,
Em sua presença mal posso respirar.

Vamos conversar sobre a vida e as coisas.
Nenhum assunto é tabu para nós.
Gosto de lhe ver suave e solta,
Só quero ouvir de perto a sua voz.

Flor da manhã
Beleza rara
Meu coração sente imenso afã
De ao seu lado começar uma nova caminhada.

Um percurso de amor e felicidade.
É o meu desejo mais sincero.
Você tem a áurea de uma deidade,
E a inspiração para o meu verso.

Amo-lhe tanto que chega até doer.
Quero somente ficar em sua companhia
Com meu coração de poeta a escrever,
As emoções que ocorrem em minha vida.

Ficaremos juntos meu bem!
Para o que der vier, sem arrependimentos
Acariciar sua face de neném,
Enquanto aprecio esse suave vento.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Noite

Eu aqui sentado no chão,
Tenho a noite por complanheira.
Tu velas minh'alma quando estamos em comunhão
Mostra-te suave menina faceira.

Olho o horizonte em aspiral,
Como na pintura  de Van Gogh.
Saberei o esconderijo do santo graal,
Antes que minha espitualidade se esgote.

Um cigarro nos dedos tremulos
Uma taça de vinho na outra mão.
Só tem uma coisa que não entendo,
Como tornar realidade minha ilusão?

Ilusão doce e poética,
Aos pés de uma vigem, morrer de amor.
Para ganhar seu doce sorriso, crio estratégias
Só tu que podes acabar com a minha dor.

Reparo nas estrelas, tão brilhantes quanto o seu olhar.
A lua cheia ao longe cobre-me com sua áurea
Ó virgem, estás tentada à chorar...
E desabar a lamentar sua vida bizarra.

Somos parecidos anjo do céu!
Coloco uma sinfonia para nos entreter
Estás nua, pois tiraram-lhe o véu
De uma garota frágil que só pensa em morrer.

Nada disso importa agora!
Não mais nesse momento!
Abraço-te intensamente enquanto tu deploras,
Seu coração de paz por um instante fica sedento.

O mundo fica mudo,
O coração se aquieta.
Já não há mais o escuro,
Um grilhão de esperança é o que nos resta.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Minha amada deixou-me



Somente em ti buscava o alívio
Quando tu destes o último suspiro
Meu mundo desmoronou.

Fiquei um tempo no exílio,
Foi um momento meditativo e divino;
Para saber quem realmente sou.

Por que esta emboscada do destino?
Por que será que isto aconteceu comigo?
A partir desse momento, a tempestade começou.

Agora ando cabisbaixo e sozinho
Estou sangrando por dentro por causa dos espinhos.
Sua graça era tão bela, mas acabou.

Vivendo este momento de dor,
O que outrora era um sentimento de amor;
Hoje em dia vivo as angustias das pequenas coisas.

Oro à Deus, o meu protetor.
Queria gritar com todo rancor,
Até a minha voz ficar rouca!

Talvez tu como expectador,
Não consegues imaginar o horror;
De como minha vida está louca.

Vivo a cada dia esse furor.
Minha vida é como um filme de terror,
Porém continuarei vivendo com toda a força.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Cor da noite

Observo a lua cheia,
Meu coração agora anseia
Por sua presença angelical.

Cabelos crespos, a pele negra,
Voz mais doce do que de uma sereia
Contigo dessipa-se todo o mau!

Os olhos mais brilhosos do que de uma estrela,
Um pássaro ao longe agora gorjeia
Quero estar contigo toda vida, até o final.

Por ti, faria qualquer besteira...
Como despedaçar meu crânio ou fazer magia negra,
Num ato desesperado e fatal.

Tu estarás na minha vida,
Não importa o quanto seja sofrida
Enfrentaremos tudo lado à lado.

Donzela pura e linda,
Este é o nosso karma, nossa sina
Não é uma coisa do acaso.

Desvendaremos os segredos da alquimia,
Tu és um metal precioso, da mais pura magia.
Ninguém estragará o nosso amor, nem mesmo o Diabo.

Romance puro em demasia!
Não acabaremos como Romeu e Julieta, num ato suicida.
Percorreremos todo o reino, montados sobre nosso branco cavalo.

Valium

Só tu me trazes a paz.
Leve brisa, pois num momento atrás
Estava envolto numa terrivel ansiedade.

Isso por um instante me satisfaz,
Meu corpo adormecido agora jaz;
Na paz silenciosa de uma deidade.

Agora sei que sou capaz,
De meu interior silenciar
Para deslumbrar-me em encarar a realidade.

É só um comprimido e nada mais
Agora sei que nunca jamais,
Terei que agarrar-me a uma falsa verdade.

O doce Valium me curou,
Tirou-me de um momento de rancor.
Deu-me novamente o dom da vida!

Mergulho-me na paz e no amor
Arrancou as trevas de mim sem nenhum pudor.
Minha mente agora é vaga e esquecida.

Quando o demônio me dominou
Minha mente retorcia-se de dor
Tu viestes para curar meu afã suicida.

Quando ele me chamou,
Para um reinado de relaxamento, sem terror.
Celebrarei seu reinado de glória escarnecida!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Divindade humana

Teu sorriso traz-me a paz que o Valium não consegue.
Anjos estão ao seu redor cantando uma bela sinfonia
Divindade celestial, somente à ti derramo preces
Nos teus cabelos mergulho-me com a mais alta alegria.

O tabaco já não preenche o vazio que faz-me sua falta de presença
Quero abraçar-te e morrer em seus lábios!
És uma deusa na minha crença,
Mais embriagante que a brisa d'um baseado.

Nem o vinho é mais doce que seus beijos.
Afrodite inveja sua magnífica beleza
Acariciarei com gozo os seus seios
Tu és meu escudo e minha fortaleza.

Dionísio estava errado em promover orgias.
Não é isso que satisfaz a alma humana
Sinto-me como se estivesse pegado uma epidemia,
D'um amor sincero que curou o meu drama.

As árvores começam a dar suas maravilhosas flores
Os pássaros cantam uma sinfonia celestial
Donzela, necessito de gozar de teus amores,
Santíssimo, puro e imortal.

Que a virgem sagrada seja louvada!
Por Cristo que lavou-nos com seu sangue.
Continuarei contigo nessa mesma estrada,
Seja na Capela Sistina ou no Inferno de Dante.

Estaremos juntos até a chegada da deusa Kali,
Ou será Anubis que terá este prazer?
Em sua presença estarei sobre um vale
Enterrar-me-ei ao seu lado, na hora de perecer.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A seita



Esclarecerei a verdade para quem precisa de ajuda,
Pois sou a reencarnação viva de Cristo e de Buddha
Pregarei com afinco o novo evangelho.

Tenho o dom da clarividência e da cura...
O mundo inteiro acha isso uma loucura
Livrarei as pessoas de seus mais intimos flagelos.

Pronunciarei palavras de doçura,
Para ter mais fiéis à minha procura
Contra o mau estou em duelo.

Embarquem em nossa jornada de aventura,
Não importa sua raça, crença ou cultura.
Livra-lo-eis de seus pecados e do temido inferno!

Compro uma comunidade na Guiana
Cheia de paz e da graça santa.
Onde as pessoas buscam para vida o alívio.

Estão todos cheios de esperança,
Renovo a cada dia nossa aliança,
Pois eu sou o próprio Jesus Cristo!

Jornalistas querem ter comigo uma conversa franca
O que desenrola-se é uma pequena matança.
Quem mandou meterem-se comigo?

Uno os fiéis na praça da alfândega,
Já não há mais motivos para ganância.
Cometemos em massa um espetacular suicídio.

domingo, 11 de outubro de 2015

Magia negra



Com giz desenhamos um pentagrama
A varinha está no canto, junto com o punhal.
Invocamos uma entidade antiga e estranha
Da mão esquerda, do inferno, do mau.

É a primeira vez que fazemos magia negra.
Antigamente só quebravamos cruxifixos,
De cemitérios, roubavamos caveiras
Se algo der errado estamos perdidos.

Invocamos os quatro demônios guardiões
Cada um representando um ponto cardeal.
Será que acabaremos em hospícios ou prisões,
Por mexermos com uma coisa proibida e mortal?

Nada de mal nos acontecerá, pois Satã está conosco.
Queremos apenas nossos desejos realizados
O mundo por natureza já é um lugar tenebroso...
A felicidade está em satisfazer os pecados.

Com toda cautela, mexemos na varinha
O selo está aberto, venha numa forma amigável!
Sinto sua presença, ou será impressão minha?
Por um momento, sinto-me paralizado.

Com o punhal expoulso-o de volta ao inferno
O primeiro ritual a gente nunca esquece.
Ouço uma voz grossa falando comigo num tom até que fraterno:
"Parabéns mortal! Tu passastes no teste."

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Desisto!



Lentamente dirijo-me à cozinha
Procuro uma faca bem afiada.
Reflito sobre toda minha vida,
O sofrimento profundo, o espinho, a desgraça.

Pensando bem, até que teve seus momentos bons.
Lembro-me dos meus amigos da escola
Passavamos escondidos com exatidão,
As colas na hora da temida prova.

Uma lágrima inunda meus olhos.
Será que é isso mesmo que anseio?
Por favor Deus, unge-me com seu óleo,
Tire-me deste momento de desespero.

Meus familiares ficarão tão tristes,
Mas não dá mais para continuar...
Somente quando nada existisse,
Seria o momento certo para descansar.

Passo a faca sobre meus pulsos.
Uma enxurada de sangue lava o chão
Sinto-me fraca, como num susto
Esperarei meus entes queridos deitada num caixão.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Pequeno sonho



Observo-a da janela.
Seu jeito doce de se comportar
A paisagem fica tão bela,
Somente com a luz do seu olhar.

Imagino-a vivendo ao meu lado
Uma pequena história de amor,
Confesso que esse ilusório estado;
Consegue curar por um instante minha dor.

Nossos filhos correm pela casa,
Fazem barulhos de alegria
A campainha toca, pois quebraram a vidraça
De nossa enfurecida vizinha.

Selamos nosso pacto com um beijo ardente.
Existe agora somente nós dois no universo
Meu sangue ferve, está tão quente!
Acaricio sua face num gesto singelo.

Passeamos pelo parque
Estamos alimentando os pombos
Sua janela fecha, é como um baque!
Fazes eu despertar de meu pequeno sonho.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Embriagados de amor



Por que estas tão quieta ultimamente?
Tu provastes o veneno da serpente,
Que agora corre em suas veias.

Tu pareces tão carente;
Escutas um barulho estridente
E transforma-o numa sinfonia de sereia.

Estás agora dormente,
Embriagada pelo ópio veemente
Com um olhar eufórico observa as estrelas.

Tão distante estás sua mente!
Dá-me um sorriso alegremente,
Inclina-se devagar e com os lábios me beija.

Pego o restante do ópio e fumo
Encontro-me num momento profundo,
Envolto numa nuvem esverdeada.

Parecemos dois moribundos...
Zumbis que estão distantes do mundo
Acaricio sua face, que é a única coisa que ainda me
agrada.

Somos projetos de defunto!
Mas quem liga para este assunto,
Se o tédio o ópio mata?

Quero apenas contemplar seu vestido de veludo.
É reconfortante saber que sou o único,
Que tem o prazer de ter sua maravilhosa graça!

sábado, 19 de setembro de 2015

Vazio



Tédio,
Por favor algum remédio!
Para livrar-me desse mal.

No ópio ou no vinho
Está o caminho,
Para um coração mortal.

Talvez uma orgia,
Para fugir dessa agonia
Hoje em dia é tão normal!

Na taverna está a esperança,
Para buscar o alívio de uma presença santa
Apresento-lhe a maravilhosa embriagues sem freio.

O poeta depressivo e viciado.
Calma senhor! Não cometestes nenhum pecado!
Clamastes à Deus pela paz, em um momento de receio.

Segue apenas suas próprias emoções,
Porém sua consiência é comparada às prisões
Vivestes a vida inteira como um ato de desespero.

sábado, 5 de setembro de 2015

O último fôlego



Vivendo só numa mutidão de seres
Sem um lugar para chamar de lar.
Foi-se o tempo d'um coração festeiro,
Que com a dozela angelical estavas sempre à bailar.

Só em seus braços sentia um alívio divino
Sua graça e seu olhar deixavam-me em transe!
Sentia-me como se eu fosse apenas um menino,
Ao beijar seus lábios com gosto de champanhe.

Agora o que resta é um tuberculoso esperando a morte;
Buscando inspiração na lua, e relembrando os dias belos.
Vós chorando no meu leito de morte, no desespero e na desordem,
Fazes meu coração sofrer com esse horrível flagélo.

Nunca esquecerei de ti, dama da noite!
Desculpe-me por não poder fazê-la feliz...
O que restou-me foi apenas um açoite,
De ver minha amada cabisbaixa, sem sorrir.

Se fosse nos tempos de outrora,
Viveriamos nosso romance por anos!
Minha querida, preciso ir embora,
Pois o anjo da morte já está me esperando.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

poeta maldito


Poeta maldito
Cavou o próprio abismo,
Na inferioridade.

Maravilhoso canto lírico,
Onde a melancolia é um indício
De sua ilusória verdade.

Contaminado pelo vício,
Agora sente-se um paralítico.
Não age mais por sua própria vontade.

Buscou nas orgias
A espiritualidade para sua vida,
Num gozo estridente de Satã!

Depressão em demasia.
Tornar-se-a um suicida,
Em um belo domingo de manhã.

Enquanto deploras sua sina,
Lamentas sua mente depressiva
Contemplando a magnífica natureza louçã!

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Suave manhã



Como é suave o vento da manhã!
O cheiro das flores perfumadas
Dessa paz espiritual meu coração sente afã,
Peço ajuda as divindades ao longo dessa caminhada.

A felicidade vem de dentro, como já dizia o Sábio.
Não adianta procurá-la nas coisas mundanas.
Foi-se o tempo do sentimento de fracasso,
Do deserto arenoso, do espinho, do drama.

Como és bela, ó natureza triunfal!
Sinto uma enorme gratidão pela vida...
Os deuses cantando um clamor espiritual,
Que fazes minh'alma serena e tranquila.

Todo o medo e desespero, dissolveram-se divinamente.
Compaixão pelos seres é o que foi-me ensinado
Levar a felicidade e a paz à todos incansavelmente,
É o ensinamento dos seres celestiais encantados!

Continuo a viver como eterno aprendiz
Apreciando somente o momento presente.
Minha vida quase foi-se por um triz,
Porém hoje colho os frutos das boas sementes.

Apreciando sempre as coisas simples
Fechar mais a minha boca e "abrir" os meus ouvidos.
Conseguir ser um bom ouvinte,
Escutar com afinco as mais tristes cicatrizes!

Continuar vivendo intensamente.
Desse mundo tenebroso ser apenas uma luz,
Que brilha sobre as trevas incessantemente
Cultivar os sentimentos puros que meu coração produz.


terça-feira, 9 de junho de 2015

Eutanásia animal

Aquele cachorro lindo e dócil
Querem agora que entrem em óbito.
Um acidente de carro o paralisou,
Porém agradeço a Deus que ao meu lado o deixou.

Arrastando-se vagarosamente
Deixando feridas abertas em sua carne vivente.
Passamos tantas aventuras juntos
Não posso permitir que tu vires um defunto.

A eutanásia está fora de questão!
Renasceras como humano em sua próxima encarnação
Não deixarei que usem o sofrimento como desculpa...
Para praticarem um ato de extrema loucura.

Como eras livre correndo pela mata!
Acidente maldito, uma vida de desgraça...
Não importa como estejas, desde que fiques comigo
Darei-lhe sempre carinho, amor e abrigo.

Aquele filhotinho lindo de olhos verdes,
Ao ver minha figura não se conteve;
Deu-me todo amor e fidelidade que alguém poderia ter
Grita incessantemente: "eu quero viver!"

Ficarei contigo, terás sua morte natural!
Sei que estás doente, passando terrivelmente mal.
Estaremos juntos até o fim da vida
Mesmo que esta seja incansavelmente sofrida.

Muito bem meu cachorro, contemple seu dono! 
Tu nunca serás vítima de abandono.
Relembraremos todo nosso passado glorioso,
Com um grito estridente de júbilo e gozo!   

Insônia

Reviro na cama
Mente acelerada
Não queria fazer drama,
Mas dizem que eu sou a culpada.

"Fique quieta e tente dormir!"
Como se eu já não tentasse;
Fiquei deitada até o dia abrir
Estressada com a claridade que invadi-me.

Levanto e tomo um bule de café.
Tentarei ficar acordada para regular meu sono
Nesse meu corpo de mulher,
O que resta-me são os melancólicos prantos.

Preciso dormir meu Deus!
Por que estás sempre à me torturar?
Talvez quando dizerem: "ela morreu"
De uma vida insone estavas sempre a se queixar.

Tomo dez Valiuns para relaxar.
Agora vou deitar-me na cama
Se algo vier ao meu sono estragar,
Rasgo em pedaços esse horrível pijama!

Dezesseis horas e eu nem cochilei.
Meu coração bate forte, parece que vai estourar
Uma faca ao lado da cama eu pegarei,
O sono da morte de qualquer jeito virá!


sábado, 23 de maio de 2015

Ansiedade depressiva

Compulsão maldita
Pensamento suicida,
Que me deixas à divagar.

Depressão execiva
Vida completamente perdida
Sempre fugindo do que é sagaz.

Estou em uma ilha,
Sem estrelas, sozinha
Buscando apenas um pouco de paz.

Caí nessa armadilha,
Da ansiedade depressiva;
Desacreditando de que sou capaz.

Agora fico nessa dúvida,
Qual será a causa da minha loucura?
Sinceramente tanto faz!

Igual a uma fissura,
Taquicardia e tontura
Coisas que alegram à Satanás.

Não é uma vida segura,
Dor no peito, na boca a secura
Sentimento maldito que minh'alma traz.

Quero apenas uma cura,
Para sair dessa tortura
Só num caixão preto onde meu corpo jaz.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Falsa escolha



Escolhi Satã ao invés de Deus
Grande agora é o castigo meu,
Por não ter escolhido o evangelho.

Sofrida é a minha sentença
Por ter escolhido essa falsa crença
Tu deste-mes o inferno!

Senhor dos prazeres carnais
Minha alma agora jaz,
Sem a presença do Senhor dos exércitos.

Estou morrendo a cada dia
Meu coração permanece em agonia;
Sou mancebo, mas sinto-me velho.

Deus, perdoe este pecador
Cure minh'alma de dor
Acabe com este interminável flagelo!

A única certeza que tenho,
É que continuarei em sofrimento
Por causa de um estúpido gesto.

Guia-me sobre o vale da morte!
Fazes meu peito tornar-se forte
É a única esperança que trago com meu verso.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Drogadicção

Fissura é a loucura
De não estar louco.
Preciso desesperadamente da cura;
Em mais uma dose, só mais um pouco!

Sanidade dolorida,
Que não posso suportar.
Não aguento essa sina,
Hoje eu Tenho que usar!

Da euforia à depressão,
Suas principais características.
Entre o desespero e a ilusão
Compulsão infinita.

Eu mato, eu morro, por causa de ti!
Caro veneno doce,
Que não me deixas sorrir...
Trazes minha morte precoce!

Escolhi a morte,
Em nosso primeiro encontro.
No meio dessa overdose
Quero derramar-lhe cânticos!

Cânticos de apego e de maldição.
De amor e de ódio,
Era nossa relação
Até que este entrou em óbito.

No hospital, não funcionou o reagente.
Entre a língua enrolada e uma convulsão
Na realidade até que estou contente!
O pesadelo acabou-se como a minha pressão.

domingo, 3 de maio de 2015

O mesmo pesar



Como eu queria viver em paz e tranquilo
Livrar-me de toda essa dor que arrebenta meu peito
Sonhar com seres celestiais...
Talves meu coração encontre a paz desse jeito.

Por que isso dói tanto, meu Deus?
Minha vida sem sentido continua a brotar.
Talvez o que eu tenha feito não tem perdão.
Vida sofrida, para sempre o pesar.

Por que essa maldita dor, sempre voltas ao meu coração?
Estou num filme de terror, por escolha própria...
Como eu queria sonhar com divindades
Para poder glorificar toda sua beleza incógnita.

Mas o vagabundo estás sempre a se queixar
De uma vida vazia, repleta de tristezas
Será que sou um demônio?
Vez ou outra, sempre volto com a minha deixa .

Talvez o suicídio seja só uma questão de tempo...
Criança perdida estás sempre em sofrimento
Não vou desistir, foi só um deslize.
Verdadeiramente quero crer, que a felicidade ainda existe!
 

quinta-feira, 30 de abril de 2015

A mágoa da donzela

Acariciarei sua face com gosto
Festejarei sua beleza com júbilo e gozo!
És mais suave que uma ave voando no céu
Confortarei seu coração de neblina, tirando-lhe o véu.

Por estás estás triste, pálida vivente?
Dizes tanto que seu coração está doente...
Queria livrar-lhe do seu passado, seu inferno pessoal
Juro-lhe que meu amor é divino e não carnal.

Por que há tantos cortes em seus braços?
Pare de comparar-se a um trapo!
Não foque-se na morte, mas sim na vida!
Deixe-me enxugar suas lágrimas, curar suas feridas.

Criatura dormente, angelical.
Já não escondes mais o que te fez mal
Um amor não correspondido machucou seu coração
Esqueças disso amor, use a razão.

Já não basta eu entrar em seu destino?
Esqueças o outro e fique comigo!
Não estejas comigo apenas por distração,
Pois aprecio-te mais que uma bela canção.

Queria entrar em seu peito, arrancar essa maldita dor,
Só assim para ter o seu verdadeiro amor
Estejas comigo, ó anjo da noite!
Não vivas mais esse interminável açoite!

Ainda não me amas , pude notar,
Que das minhas carícias, estás sempre a se esquivar
Vamos vencer essa maldição juntos, meu bem,
Esquecer de todo seu passado infeliz também!

Para assim podermos juntos festejar
Com júbilo estaremos eternamente à dançar,
Por cima de toda essa mágoa e depressão
Seremos mais brilhosos que um dia de verão!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Tristeza permanente

Nesse céu nebuloso e turbulento
O pior sempre pode acontecer.
Minha esperança foi-se com o tempo
Criança ingrata, para sempre sofrer!

Vivendo cada dia como um vira-lata
O vagabundo entrou novamente em confusão
Esta vida cheia de desgraça
É um grande pesar sobre o meu coração.

Melancólico menino morto!
É um peso para seus entes queridos
Seria melhor entrar na morte, dar seu último folego
Do que ficar ficar choramingando seus sentimentos perdidos.

Como dói essa tristeza meu Deus!
Que sufoca minh'alma etérea
Talvez esse seja meu último adeus
Dessa vida pesada, cheia de miséria.

Não, não, vou esperar um pouco mais.
Vou pedir para o meu anjo da guarda proteção
Só assim  p'reu ter um pouco de paz
Nesse labirinto onde só há podridão.

O Monstro

Monstro ferido
No peito um espinho
Que o estas a fraquejar.

Em um último suspiro
Acerta com um tiro
Um menino à agonizar.

Aperta de novo o gatilho,
Agora é hora do suicídio
Dentro da área escolar.

Dizem que o real motivo,
É que zombavam de nosso amigo
Tanto que ele não pode aguentar.

Qual será o veredicto?
Quem será o verdadeiro assassino,
Os baderneiros, ou o Monstro à surtar?

Agora que já sabem disso
No velório dos esquecidos
Estão o Monstro e os inimigos à descansar.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

As canetas de Samantha

   Samantha gostava de masturbar-se usando canetas esferográficas. As canetas ficavam todas acumuladas em sua vagina. Na hora do coito os pênis de seus parceiros ficavam todos desenhados com figuras perfeitas de elefantes, coelhos e najas...
   A tinta misturava-se com o líquido de seu sexo com o sêmen  alheio, transformando a tinta produzida em uma mistura fluorescente, brilhosa mais do que as estrelas. Devido ao atrito causado pelo ato sexual, as figuras ficavam permanentemente desenhadas em seus homens, tatuando assim para sempre seu momento de amor.
  Samantha era uma artista e tanto! Mesmo em meio a dor e ao sofrimento devido a um coito recheado de canetas, ela não parava de desenhar com sua vagina esferográfica. O sangue pingava por causa dos machucados internos, mas ela continuava firme e forte na sua maestria.
   Com o passar do tempo, seus desenhos foram ficando cada vez mais realistas e nonsenses, masculinos afeminados e angelicais satânicos. Era incrível como ela conseguia uma proeza dessas!
   Ela denominava o sexo como uma atividade física seguida de fluidos corporais. Na verdade havia amor ali, porém este terminava no orgasmo. Queria ser livre como um pássaro para experimentar seu dom artístico pelos quatro cantos do globo.
   Ó Samantha, menina danada! Continue a espalhar o dom que Deus te deu! Uma arte super valorizada nos meios artísticos e mundanos. Sege esse belo raio de sol para todo o sempre!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Mancebo cabisbaixo

Jovem problemático
Sei o quanto foi trágico
Todo o seu destino.

És só mais um frustrado,
Pessimista, fracassado.
Um homem esquisito.

Fez pacto com o Diabo
Agora andas esgotado
Pela tristeza e pelos vícios.

Ó mancebo cabisbaixo
Deixarei um nobre recado:
Para que não continues a ser triste!

Tudo pertence ao passado
Tu não és mais um derrotado
A esperança ainda existe!

Tu não estas condenado.
Pelas estatísticas e pelos cálculos,
É difícil, mas persistes!

Não sofras mais calado
Seu futuro pode ser fantástico!
Pelo caminho que seguistes.


quinta-feira, 19 de março de 2015

Dama dormente

Donzela que dormes profundamente
Queria entrar em seu inconsciente
Para poder enxergar os traumas teus.

És maravilhosa dama dormente!
Seu corpo com vida jaz quente
Repousa segura na graça de Deus.

Só há um inconveniente,
Queria entrar no seu ventre
Com um grito de gozo ser todo seu.

És bela e diferente.
O mais magnífico ser vivente
Que sobre a face da Terra já viveu.

Te amarei profundamente
Ao longo da vida, carícias ardentes
Ficarás ao meu lado? Você prometeu!

Estarei contigo incondicionalmente
Apreciando sua face incansavelmente,
E secando suas lágrimas que a vida te deu.


quarta-feira, 18 de março de 2015

O pássaro sem vida


Um pássaro morto jaz no chão.
Para todos os outros, apenas uma aberração
Porém vejo beleza nesse ser sem vida
Sua carne já dura virando carniça.

Como és belo ó pássaro morto!
Sua vida desfez-se com seu último folego
Entrou totalmente nos mistérios da morte
Agora jaz fraco, o que antes era forte.

Impressiono-me intensamente com sua carcaça.
Como para todos a vida sempre acaba
Seu estado cadavérico, já em decomposição
Até que causas-me uma certa compaixão.

Como eu queria poder te ressuscitar!
Com uma oração, tento te santificar
Que estejas tranquilo, numa vida melhor!
A morte não é negativa, não é o pior.

Formigas começam à aglomerar-se diante de ti,
Comendo sua carne, não sinta pena de si!
Suas penas desarrumadas é o que sobrará,
Deste banquete em que estão à gozar.

Imagino seu peito com vida, livre a voar
Que com uma ferida fez-se repousar.
Nunca mais baterá suas asas novamente
O destino que a todos os seres está pendente.

Adeus belo pássaro, nos vemos algum dia
Numa outra existência em que tu comparecias
Livre como antes, no céu à festejar
Com toda sua glória voltar a brilhar.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Em busca da luz do Dharma

Ferida profunda
Aversiva, imunda
Que minha consciência recebeu.

Na sabedoria de Buddha
Medita, estuda
Sobre a natureza do "não eu".

Refugiar-me-ei no Buddha, no Dharma e na Sangha
Foi na vida minha maior façanha,
A melhor coisa que me aconteceu.

Devido as suas inclinações kármicas
Tu caístes na desgraça
Pelos próprios atos teus.

Vivendo essa vida maluca
Meu coração permanece em dukkha
Por causa da mente de macaco, pagastes o que mereceu.

Tudo é uma oportunidade para praticar o caminho.
Espero que a minha vida cheia de espinhos,
Sirva para manifestar a compaixão que seu ensinamento me deu.

Pela prática da lei mística
Buscando a revolução pessoal em minha vida,
Receber os sidis que sua prática me concedeu.

Tudo é vacuidade.
Isto não é mentira, é uma verdade
Que o mestre pregou até quando morreu.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Ó Deus, quero morrer!

Uma angustia crescente
Que não quer desaparecer.
Ó Deus, quero morrer!

Tanta dor nesse ser vivente
Que não presta para viver.
Ó Deus, quero morrer!

Tanta confusão em minha mente
Que prefiro me dissolver.
Ó Deus, quero morrer!

O que há com meu inconsciente
Que sempre ousa me desobedecer?
Ó Deus, quero morrer!

Apenas um incompetente
Envergonho sempre o meu ser.
Ó Deus, quero morrer!

Talvez apenas um sobrevivente
Sem a ansia de vencer.
Ó Deus, quero morrer!

Talvez eu seja um ser demente
Predestinado à sofrer.
Ó Deus, preciso morrer!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Última noite de amor

         Ele estava sozinho em um quarto escuro, iluminado apenas por uma pequena vela branca. Estava bebendo vinho em copos feitos de crânio humano.
        A decoração do quarto não poderia ser diferente. Havia morcegos empalhados no teto, um pentagrama envolto num círculo no centro e algumas flores e crucifixos roubados de algum cemitério, entretanto a coisa mais chamativa do quarto, era um caixão com o corpo de sua amada já em decomposição.
      Este a amava demais para deixá-la; sua pele pálida, seu corpo enrijecido e sua carne já começando a ser devorada por vermes, só aumentava o seu amor por ela. Este começou à beijá-la lentamente, em um amor eterno e real. Acariciou seus seios enrijecidos e em seguida, lambeu sua vagina já apodrecida. Deitou-se sobre ela , passou lubrificante nos genitais da bela donzela e à penetrou.
     O homem fez amor com sua amante, de uma forma que nunca havia feito em sua vida. O êxtase da situação, levou-o ao orgasmo do júbilo da morte! Pegou um copo de vinho com veneno, e deitou-se com a moça, pronunciando suas últimas palavras:
      ___ Cá estou eu, pobre mancebo que perdeu sua amada de forma trágica e repentina. Não pude enterrá-la, pois era bela demais para isto. Daqui à pouco estarei contigo, querida Dulcinéia, para juntos entrarmos na eternidade do amor puro e perfeito! Entrego a minha vida à ti, para juntos nos deliciarmos no pós-morte.
      Este bebeu o cálice de vinho envenenado  e abraçou sua amada num gesto de ternura e carinho. Queria passar os poucos minutos restantes ao seu lado. Fechou os olhos e deslumbrou um pequeno momento de paz e harmonia. Imaginou-se com Dulcinéia em uma terra pura, próxima à uma cachoeira exuberante, onde os pássaros cantavam harmoniosamente uma sinfonia dedicada a eles, do topo de suas árvores. Eles faziam piquenique no bosque e estavam sorrindo um para o outro.
      O efeito do veneno começara a fazer efeito. O suicida foi tomado por um estranho e intenso mal-estar, porém lembrou-se do paraíso que imaginara anteriormente, deu um grande sorriso, enquanto debruçava-se sobre sua amada. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O mal em mim

Coração, coração
Por que insistes em doer?
Carregas tanta aflição
Que desejas até morrer.

Alma carregada, sofrida
Que dilacera minha mente
Abre uma eterna ferida,
Não cicatrizada completamente.

Lembranças ruins surgem no inconsciente.
Como dói essa maldita,
Memória que arde incansavelmente
Ao longo da minha vida.

Satã triunfa mais uma vez.
Com profundo desgosto confesso,
Que até virei freguês
E já ando totalmente possesso.

É o mal entrando em meu peito
Amaldiçoa minha carne
Fazes-me de eleito
Para propagar sua maldade.

Seres celestiais, atendam-me!
Livrem-me de todo mal
Mostrem-me que posso ser diferente,
Nessa eterna luta mortal.

Hábitos destrutivos

Dor adormecida
Sempre voltas à minha vida
Na forma de desgraça.

Queres deixar-me na miséria,
Obscurecer minh'alma etérea
Com um gole de cachaça.

Oh, Deus, livrai-me dessas brechas.
Que eu possa recolher-me à luz da capela,
Para admirar Maria cheia de graça.

Que a paz reine sobre mim.
Seguindo em frente até o fim
Para que haja paz em minha morada!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Virgem dos sonhos

A natureza começou seu espetáculo,
Entre as águas caindo e o cantar dos pássaros
Nesse meio tempo, um arco-íris surge no horizonte
Levando minhas aflições para um longínquo distante.

As folhas das árvores, balançam com o soprar do vento
Dissolvendo em alegria todo o meu lamento.
Um cantar de um canário, chama-me à atenção
Aquece minh'alma, como uma oração.

Queria estar junto à ti, virgem dos meus sonhos.
Morrer de amor em seus braços é o que proponho
Contemplar com todo o meu ser seu sorriso inocente
Morrer de gozo ao fitá-la longamente.

Rosa da manhã, perfume este momento
Leve embora toda a dor, angustia e tormento.
A briza suave faz meu coração repousar,
Ao lado da dama que eu teimo em sonhar.


sábado, 17 de janeiro de 2015

Anjo caído

Anjo caído
Já tens resolvido
Sua dívida eterna?

Eras grande e majestoso
Como meteste neste enrosco,
Do céu direto para o fundo da Terra?

Dos cânticos eras encarregado
Agora és só um pobre coitado,
Que do fogo su'alma se apodera.

Traíste Deus n'uma emboscada,
Mas fostes tu que caístes na cilada
Sacrificando sua áurea etérea.

Mensageiro da luz
Quis impor-se sobre a cruz,
E até mesmo acabar com ela.

Esperas quieto a oportunidade
De desafia-la para um combate
Para ver quem vence essa guerra.

Esperas sair vitorioso
Para expressar sua face de gozo
Vendo todos adorarem, sua imagem tão bela...

Cachorro sonolento

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Velhos pensamentos

Sinto sono, mas não consigo dormir.
Sinto-me culpado de alguma coisa,
Que não consigo definir
Como se Deus dissesse: "Vá e sofra!"

O que eu quero, quem saberá?
A aura negra apareceu de novo
Para eternamente atormentar
Este coração de tolo.

Queria fechar os olhos, e sonhar com os anjos!
Porém a realidade continua a assolar-me
Rasgando-me por dentro, mergulhado em pranto
Nesta miserável existência, que continua alongando-se.

Acabar com minha vida, de novo esse pensamento?
Sair desse maldito universo
Acabar com meu destino, livrar-me desse tormento
Jaz um corpo sem vida, na mesa do necrotério.

Quando fecho os olhos, imagino a paz.
Que talvez só seja possível enterrado na terra.
Poder ver deslumbrado, Jesus ou Satanás
Que por minha pobre alma, vivem em guerra.

O jeito é tentar encontrar o paraíso no meio do inferno.
Ter força de vontade, fé e otimismo
Poder escolher entre o pecado ou o evangelho,
Entre a humildade e o narcisismo.