sexta-feira, 29 de abril de 2016

O destino dos suicidas

Um fantasma sem rumo no vale dos suicidas
A fascinação pelo lado negro da vida
O maldito Édipo não resolvido
Tudo se desfaz na fumaça do cigarro.

O umbral mostra-te gélido
De ter um homem incrédulo
Triste alma que suicidastes
Deste maldito mundo nefasto.

Seres aterrorizantes estão indo ao teu encontro
Mais obscuros que Allan Poe em seus contos
Parecem demônios essas bestas-feras
Agonizas de dor em teu destino trágico.

Sentes fome e sede em abundância
Já perdestes completamente a esperança
Sentes um momento de arrependimento
Levam-te para outro lugar nosso jovem carrasco.

Estás agora num hospital espiritual
A pulsão de morte mostrou-te mortal
Injetastes estricnina em tuas veias
Em uma área perto do ante-braço.

Desfrutas agora de um lugar lindo
Pela primeira vez na vida estás sorrindo
Os planos de Deus estão em construção
Tentarás fugir de teu penoso buraco.

A sentença entretanto é ver teu corpo apodrescer
Cometeste um ato para espairecer
Agora lidas com um enorme dilema
Ó ser desvirtuoso, eterno capacho.

Enquanto executas tua sina reflete
Toda a angústia de teu tempo de moleque
Um coração desde cedo desvirtuoso
Onde espíritos malígnos tiveram teu despacho.

Da treva à luz

Lá no fundo de minha mente
Do mais íntimo do meu ser
Um estado de meditação vigente
Dizeres longínquos: " tu vais vencer!"

O que aflorava em minh'alma
Era um estado de lamentação
Um grito desesperado da cova rasa
Uma pontada no peito da depressão.

Fantasmas invólucros n'um prisma
Sussurros demoníacos e carentes
Gargalhadas d'um louco suicida
Satã exibindo seu enorne tridente.

Na calada da noite caminho entre espinhos
Com os pés ensanguentados tento alcançar a rosa
Deus que enviastes teu único filho
Lavastes-me dos meus pecados de outrora.

O ópio inebriante levou-me à miséria
A droga dos derrotados fumou-me a excência
Levou-me ao estado da mais alta treva
Da orgia carnavalesca ao um estado de clemência.

Fatigado de cair e levantar incalsavelmente
Sufocar-me com excrementos n'um ritual escatófilo
Reverenciar um belo momento dormente
Descer à sepultura do mais insano necrófilo.

Depois de passear pelo inferno pessoal
Colherei as flores desta bela primavera
O último fôlego d'um coração mortal
Gozando de amor à estrada tão bela!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Drogas



Dou um trago num baseado
Preferia que fosse um mesclado
Para eu poder me inebriar

Tomo uma dose de Vodka
Por um momento isso choca
Minha vida particular.

Pego uma carreira de cocaína
Dissolvo na seringa junto com heroína
Faço um speedbool espetacular!

Baforo cola de sapateiro
Por não ter muito dinheiro
É uma bela forma de se alucinar

Tomo uma dose de lsd
A vida é feita para se viver
Fantasmas psicodélicos me fazem viajar.

Fumo pedra na lata
Outra vez essa desgraça
Veio para me atazanar.

A vida sóbrio não tem graça
Meu ser inteiro se despedaça
Lentamente vou me suicidar.

Dor da alma



A dor palpitante salta do meu peito
Agonizo perante a incerteza do amanhã
Tu voltas e fazes tudo tremer de escárnio
Por que não se suicida de uma vez?
O suicidio é mais complexo do que parece
Como eu queria poder sumir desse mundo
Sem drogas, sem depressão, sem ansiedade
Que futuro brilhante tu tens!
Pena que sempre estragas tudo
Maldito inútil!
Que sua carne seja jogada aos lobos
Apodreças no inferno ser impuro!
Ímpio desalmado e nefasto
Blasfêmico despresível
Drogado de merda
Cometestes incesto na mais tenra infância
Hoje procura cadáveres para praticar o coito
Por favor Jesus Cristo! Me perdoe!
Acabarei numa solitária acometido por tuberculose
Esperando a hora da morte com o último suspiro.

domingo, 17 de abril de 2016

Experiência



Fui livre, fui escravo
Fui esportista, fui sedentário
Já viajei pelos 7 mares
Prazer e desprazer num invólucro.

Fui cristão, fui satanista
Ateu e espiritualista
Conheço os princípios espirituais
Raciocínio aristotélico e lógico.

Fui doente, fui sadio
Tive pensamentos virtuosos e doentios
Físico-intelecto abalados,
Porém o pensamento simplório.

Fui estranho, fui bipolar
Já recebi reajentes intravenosos com ar
Enternaram-me n'um hospital psiquiátrico
Tive todo um acompanhamento psicológico.

Fui fetishista, fui virgem
O sexo me causava vertigem
Será que sou assexuado?
Meu sonho é ser um famoso podólogo.

Fui melhor amigo, fui solitário
Na escola era um otário
Tiraram o meu sorriso
Meu corpo estava entregue ao depósito.

Fui compulsivo e obsessivo
Paranóico e depressivo
Escravo de uma substância
Levou-me drásticamente perto do óbito.

Já invoquei o maléfico Satã
Meditei com Buddha e fiz oferendas a Pã
Conheço decor todos os seres espirituais
Pela eternidade estarei no céu, é óbvio!

Tenho a experiência do tamanho do universo
O poeta maquiavélico quis trazer com o seu verso
Que toda tarimba negativa ou positiva é válida
Cada aprendizado é único ao seu modo.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A graça do bebê



Os bêbes vem sorrindo sem dentes
Balbuciando palavras de "gugu dada"
Um objeto estranho está no alto do meu berço mamãe
Tento agarrá-lo de todas as formas, mas é em vão
Chóro, chóro, chóro
Estou com fome
Chóro, chóro, chóro
Ai, que cólica!
Esperneio enraivecido
Chóro, chóro, chóro
Quero atenção!
Você não é minha mãe
Buááááááá!
Sugo seu seio com vontade
É o cheiro da mamãe
Que aconchego!
Dorme, dorme, dorme...
Que maravilha é a vida!
Crescerei livre e forte pelo mundo
Desbravando cada ser vivo na natureza
Te amo mamãe! Acho que vou dorm...

quarta-feira, 13 de abril de 2016

O mancebo triste

Paralisado no tempo
O angustiado mancebo
Um jovem de amor sedento
Vítima d'um efeito nocebo.

Júrias anátemas sobre a vida
Enfileiro-me no meu casulo
Um pensamento suicida
Para sempre será nulo.

Sem sal nem açucar
Não sou um jovem vistoso
No meu peito nascem rugas
Deploro, ó ser desvirtuoso.

Agonizo perante uma angustia
Talvez cocaina resolva o dilema
Ao meu Deus evoco súplicas
Glória escarnecida de Atena.

A associação livre mostra-se lírica
Demônios antigos no inconsiente
Triste mancebo jaz na cova depressiva
Satã dissestes que não és gente.

Escrevo um verso de um poema
Para o meu amigo imaginário
A gilete fez uma ferida extrema
Choca a Cristo no calvário.

Corto-me profundamente no braço
Minhas últimas palavras de adeus
O sangue jorra perto do inchaço
O mancebo triste literalmente morreu.

domingo, 10 de abril de 2016

Caro Baudeleire

Uma rede e um velho livro
Nas mãos uma chicará de café e um cigarro
Vou abrindo suas páginas com todo o cuidado
E deparo-me com a mais alta poesia
Estou lendo um Baudeleire em A Flores do Mal
Inspirando-me pela obra obscura de seu criador
Um poeta maldito que vivia em prostíbulos
O vinho e as orgias... isso me fascina
Eu também tenho esse lado
Mundano, sinistro e boêmio
Delicio-me com todo o peso do lírismo
A noite vêm chegando e a lua cheia desponta no horizonte
Ah, caro Baudeleire
Inspire-me na arte oculta
Onde um mago negro escondeu com cuidado
A magia negra que o farás ressuscitar de sua cova
Seje a inspiração de mais uma geração
Geração de loucos desajustados,
Entretanto não são como nós
Que apreciamos a mais lírica poesia dos pelo ópio enfeitiçados.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Deus da Carnificina

      No décimo terceiro dia do terceiro mês do ano zero da Nova Era o Deus da Carnifi
cina surgirá do oeste e reinará por cem anos na Terra.
       Os governantes corruptiveis descerão de seus cargos. Todos cometerão suicídio, acometidos por doenças mentais insuportáveis, sendo dominados por lamúrias e sofrimento. Como resultado, a anarquia tomará conta dos povos e estes viverão como se estivessem no velho oeste.
       Os estupradores covardes serão acometidos por doenças sexualmente transmissíveis, tão comuns na nova era. Os sintomas serão o apodrecimento dos orgãos genitais. Estes cairão tal como a chuva cai do céu.
       Os terríveis assassinos terão suas famílias mortas, sendo diversas as causas, entretanto morrerão sem nenhuma dor ou sofrimento. Estes, no entanto ficarão loucos por esquisofrenia irreversível e acabarão seus dias confinados em hospitais psiquiátricos vítimas de maus tratos e violência.
     Os ladrões serão vítimas de necrose nas mãos. A necrose espalhar-se-a por todo o corpo. Seus corpos ficarão podres e seus famíliares os abandonarão nos famosos desertos do ano zero.
      Todo o tipo de tragédia será instalada na Terra, porém poucos perceberão a presença do Deus da Destruição, associando os fatos à fatores humanos e mudanças climáticas do planeta, já que a nova religião ciêntificista será baseada na ciência e na razão.
     Depois de toda a tragédia, dois seres humanos sobreviverão, sendo um homem e uma mulher. Estes povoarão a nova Terra e o Deus da Carnificina queimará como madeira. De suas cinzas nascerão novas árvores e eco-sistemas serão gerados. Uma nova sociedade reinará e seus dias serão de paz e harmonia com a natureza

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Como me sinto?

Como me sinto?
Um homem nascido no Novo Mundo
Iludido como Dom Quixote, pensando ser um cavaleiro errante
Lutando contra gigantes desalmados
Tendo no coração um amor platônico
Um ideal a se seguir
A honra do guerreiro não será corrompida
Devaneios sobre a fantástica vida
Esta sendo inexplicável, testemunho
Uma consiência que surgiu do nada
Equipa-se de inquebrável armadura
Para vencer as ferozes batalhas
Que acontecem sempre dentro do seu ser
Mara com seu exército monstroso
Prepara-se para reinar
Noutras vezes aparece na forma de Baco
Trazendo vinho e suas filhas sedutoras
Ah, mas como é a vida!
O cavaleiro errante sempre lutará consigo mesmo
Triunfo ou derrota? Aprederá com os dois
E sempre estarás disposto a gozar das belas imagens da natureza
Nada será em vão
E o iludido cavaleiro montará sobre seu cavalo
Pedirá a benção de seus deuses
Tendo sua amada como inspiração
Vencerá o exército de Mara e de seu vinho não beberás
A escuridão não prevalescerás em seu coração
Os falsos ídolos cairão
Ele continuará vencendo-o todos os dias
Na paz dos deuses descansará com um belo sorriso
O sorriso velho e gostoso de quem venceu seu ego

Filhos do Brasil

As águas cristalinas de verde-água transparente
O fogo vivo vermelho-alaranjado reluzente
O espírito animalesco das sociedades tribais.

A mata virgem verde cheia de serpentes
O amarelo do sol traz uma luz encandescênte
Abraça todos os nossos corações mortais.

Os Europeus disceram que não éramos gente
Deram-nos alguns modernos presentes
Pregaram um só Deus que usava velas e castiçais.

Nossa natureza ficou pendênte
Escravisaram-nos com suas pesadas correntes
O povo sem alma aos animais eram iguais.

Logo viram que não serviamos como escravos
Tinhamos a marca de Caim, portanto servos do Diabo
Destruiram nossa crença de inúmeras entidades.

Nossos guerreiros agora eram pobres coitados
Usando arco e flecha e montados em calavos
Lutamos para preservar nossas propriedades.

Suas armas de fogo causaram-nos o maior estrago
Que Tupã vingue o espírito dos derrotados
Mataram-nos todos sem dó e nem piedade.

Ao lado de nossas famílias fomos enterrados
Contra suas emboscadas não reproduzimos o estrago
Venceram sobre nós os ditos "donos da verdade".

Cabelo de anjo

Cheiro de anjo e hálito de fada
Encostei meus lábios próximos aos teus
Tu és o principio e a causa
Do meu relacionamento com Deus.

Cabelos louros encacolados
Olhos de um azul bem vivo
Senhorita, recestes o meu recado?
Sussurro palavras doces em teu ouvido.

Grandiosa deusa da manhã
Os pássaros gorjeiam próximos
Sinto um delicioso afã
De tornar-me teu humilde devoto.

Donzela suave como o céu
As nuvens formando imagens diversas
Coberta com o teu véu
Sabe bem o que quer e é direta.

Um amor inoscênte é o que deseja
Uma atitude de cavalheirismo
Algo parecido com Romeu e Julieta
Puro como o cristianismo.

O pegar na mão
O beijo sem malícia
Nada disto será em vão
Nesta nova estrada vivida .

Seremos felizes para sempre
Pena que o "para sempre" sempre acaba
Por ti agonizo doente
Cometo suicídio e acabo numa vala.

Nada disto será preciso meu bem
O nosso amor é vasto como as estrelas
Pele macia como de neném
Olhos ardentes como uma centelha.

Quero estar ao teu lado até a morte
Desfrutar de toda tua graça celestial
Agradeço a Deus por minha sorte
De poder gozar de um amor triunfal.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Manchado pelo lodo



Os velhos fantasmas voltaram a assolar tua mente
Cedeu a tentação e manchou-te pelo lodo do pecado
Caistes em depressão e desespero por teu próprio erro
Eram os fins dos dias de glória
Manchado com teu sangue em meio aos espinhos
A palavra de Deus não conforta mais teu coração
És um imundo com o sinal da besta
No sistema venoso corre o veneno dos anciões
Os velhos ladrões fumadores de ópio
Como um castelo de cartas que desmorona
Teu Deus virou-lhe a face
Só podes ouvir o barulho sujo das multidões:
"Imundo" "imundo" "imundo"
Mas eis que observas por uma pequena fresta
Uma luz meio opaca que caminhas em tua direção
Essa luz se transforma em um anjo celestial
"Ainda queres uma chance mortal?"
"Sim, sim, sim. Só quero recomeçar a minha vida"
"Que assim seja!"
Em meio a mais alta treva tu te reerguerás
E tal como o lótus que floresce no lodo
Tua beleza será devolvida e os dias de glória restabelecidos
Tens uma missão a cumprir mortal
Terás que ser forte como uma montanha daqui para frente
"És o que sou, um mortal procurando pela luz perdida"
"Sei que irei encontrá-la no centro do meu coração"
Vás e não peques mais!