quinta-feira, 19 de março de 2015

Dama dormente

Donzela que dormes profundamente
Queria entrar em seu inconsciente
Para poder enxergar os traumas teus.

És maravilhosa dama dormente!
Seu corpo com vida jaz quente
Repousa segura na graça de Deus.

Só há um inconveniente,
Queria entrar no seu ventre
Com um grito de gozo ser todo seu.

És bela e diferente.
O mais magnífico ser vivente
Que sobre a face da Terra já viveu.

Te amarei profundamente
Ao longo da vida, carícias ardentes
Ficarás ao meu lado? Você prometeu!

Estarei contigo incondicionalmente
Apreciando sua face incansavelmente,
E secando suas lágrimas que a vida te deu.


quarta-feira, 18 de março de 2015

O pássaro sem vida


Um pássaro morto jaz no chão.
Para todos os outros, apenas uma aberração
Porém vejo beleza nesse ser sem vida
Sua carne já dura virando carniça.

Como és belo ó pássaro morto!
Sua vida desfez-se com seu último folego
Entrou totalmente nos mistérios da morte
Agora jaz fraco, o que antes era forte.

Impressiono-me intensamente com sua carcaça.
Como para todos a vida sempre acaba
Seu estado cadavérico, já em decomposição
Até que causas-me uma certa compaixão.

Como eu queria poder te ressuscitar!
Com uma oração, tento te santificar
Que estejas tranquilo, numa vida melhor!
A morte não é negativa, não é o pior.

Formigas começam à aglomerar-se diante de ti,
Comendo sua carne, não sinta pena de si!
Suas penas desarrumadas é o que sobrará,
Deste banquete em que estão à gozar.

Imagino seu peito com vida, livre a voar
Que com uma ferida fez-se repousar.
Nunca mais baterá suas asas novamente
O destino que a todos os seres está pendente.

Adeus belo pássaro, nos vemos algum dia
Numa outra existência em que tu comparecias
Livre como antes, no céu à festejar
Com toda sua glória voltar a brilhar.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Em busca da luz do Dharma

Ferida profunda
Aversiva, imunda
Que minha consciência recebeu.

Na sabedoria de Buddha
Medita, estuda
Sobre a natureza do "não eu".

Refugiar-me-ei no Buddha, no Dharma e na Sangha
Foi na vida minha maior façanha,
A melhor coisa que me aconteceu.

Devido as suas inclinações kármicas
Tu caístes na desgraça
Pelos próprios atos teus.

Vivendo essa vida maluca
Meu coração permanece em dukkha
Por causa da mente de macaco, pagastes o que mereceu.

Tudo é uma oportunidade para praticar o caminho.
Espero que a minha vida cheia de espinhos,
Sirva para manifestar a compaixão que seu ensinamento me deu.

Pela prática da lei mística
Buscando a revolução pessoal em minha vida,
Receber os sidis que sua prática me concedeu.

Tudo é vacuidade.
Isto não é mentira, é uma verdade
Que o mestre pregou até quando morreu.